O governador Tarcísio de Freitas reafirmou, nesta quinta-feira (10), na capital paulista, o compromisso da administração estadual em posicionar São Paulo na vanguarda da transição energética e no desenvolvimento de novas tecnologias de energia sustentável. Durante o evento, foi anunciado o lançamento da primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol no mundo, fruto da colaboração entre a Universidade de São Paulo (USP), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e empresas privadas do setor.

“É um grande orgulho saber que estamos liderando o desenvolvimento global do primeiro sistema de grande escala para a conversão de etanol em hidrogênio. Essa iniciativa está sendo realizada aqui no Brasil, especificamente em São Paulo, e tem como epicentro a Universidade de São Paulo. Estamos à frente do que o mundo está buscando”

Tarcísio

O governador também salientou a importância de estabelecer estruturas legislativas e regulatórias para fomentar a produção e garantir que São Paulo assuma a liderança na transição energética, contribuindo para a redução da pegada de carbono e servindo de exemplo de sustentabilidade e economia circular.

O evento contou com a presença do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, do presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago, e de representantes das empresas que financiaram o projeto.

A pesquisa é conduzida pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, que reúne profissionais e pesquisadores do setor público e privado. Vale ressaltar que o projeto não possui fins comerciais e envolve investimentos superiores a R$ 182 milhões.

O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa tem como missão apoiar o Brasil na redução das emissões de gases de efeito estufa, cumprindo as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em relação às mudanças climáticas. Sua atuação é baseada em pesquisa, inovação e disseminação do conhecimento, com foco nas áreas de Bioenergia, Agricultura e Meio Ambiente, levando em consideração as particularidades e liderança do Brasil nessas áreas.

Para realizar esse projeto inovador, a Shell Brasil, em conjunto com a Escola Politécnica da USP, a Hytron, a Raízen e o Senai CETIQT, iniciou a construção da primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável do mundo, a partir do etanol. Essa tecnologia é apelidada de “hidrogênio verde e amarelo”.

Dentre os parceiros envolvidos, a Hytron desempenha um papel fundamental ao fornecer o reformador a vapor de etanol, um componente-chave do sistema. Esse reformador utiliza um processo químico conhecido como “reforma a vapor” para converter o etanol em hidrogênio, através de reações específicas em temperaturas e pressões controladas.

Julio Meneghini, diretor científico do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP, destacou que a produção de hidrogênio a partir de etanol tem um custo comparável ao processo de reforma do gás natural no Brasil, além de emitir quantidades comparáveis de CO2 quando comparado à eletrólise da água com energia eólica.

A iniciativa visa tornar o hidrogênio mais acessível financeiramente, utilizando o etanol como uma fonte mais econômica. Com a expansão das estações de reforma, o hidrogênio gerado a partir do etanol de cana-de-açúcar poderá ser transportado de maneira eficiente, fazendo uso da infraestrutura já existente e mais econômica.

Ao enfatizar a viabilidade ecológica, o projeto também propõe uma alternativa mais sustentável em comparação ao hidrogênio derivado do gás natural, que libera grandes quantidades de CO2 durante o processo de obtenção. A estação de hidrogênio está programada para entrar em operação no segundo semestre de 2024, impulsionando a mobilidade sustentável por meio de ônibus e automóveis movidos por células de combustível.

Por meio dessa colaboração entre a academia, o governo e as empresas, São Paulo busca se estabelecer como líder na inovação e na adoção de soluções energéticas mais limpas e sustentáveis, contribuindo para um futuro mais promissor em termos de transição energética e redução de impactos ambientais.

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