Um verdadeiro Estadista

A habilidade política de Tarcísio de Freitas ficou evidente ao articular a privatização da Sabesp de maneira estratégica. Antes mesmo de apresentar o projeto de lei, ele iniciou uma articulação política que, em apenas 49 dias, resultou na autorização da venda da empresa pela Alesp. A estratégia de antecipar a discussão política mostrou-se eficaz, ganhando o apoio de 62 deputados, contra apenas um voto contrário.

A Votação na Alesp

A votação na Alesp foi um momento histórico para São Paulo. Com 62 votos a favor e apenas 1 contrário, a aprovação do projeto de privatização foi conquistada. No entanto, a sessão não transcorreu sem controvérsias, já que a oposição se ausentou após um conflito entre manifestantes e a Polícia Militar, resultando na expulsão dos opositores ao projeto.

Reações e Críticas

As críticas à votação rápida e à falta de debate por parte dos opositores destacam a complexidade do tema. Além disso, a alegação de falta de segurança para o retorno da oposição ao plenário intensifica a polarização. A rapidez na aprovação também levanta questionamentos sobre o comprometimento do governo em liberar milhões de reais em emendas parlamentares para os votos favoráveis.

O Papel Fundamental de Tarcísio de Freitas

Gilberto Kassab, secretário de Governo, ressaltou que Tarcísio desempenhou um papel fundamental ao “vestir a camisa” e defender a privatização da Sabesp. O governador se reuniu pessoalmente com prefeitos das 375 cidades atendidas pela empresa, conseguindo persuadi-los sobre a importância da medida. Essa abordagem pessoal contribuiu significativamente para a aprovação do projeto.

A Promessa de Investimento e Universalização

A principal argumentação a favor da privatização reside na promessa do governo de aumentar o investimento e antecipar a universalização dos serviços de água e esgoto. A meta é ambiciosa, buscando antecipar o prazo de 2033 para 2029, com um adicional de R$ 10 bilhões aos R$ 56 bilhões já planejados.

Próximos Passos e Desafios

Mesmo após a aprovação na Alesp, o projeto de privatização ainda enfrenta obstáculos. O texto precisa passar pela Câmara de Vereadores de São Paulo, uma vez que a capital representa 44% do faturamento da Sabesp. Este é um passo crucial que definirá o destino da privatização.

Reações Políticas: Críticas e Comemorações

As reações políticas ao projeto foram intensas. A deputada federal Erika Hilton, do PSOL, repudiou a aprovação, alegando inconstitucionalidade e falta de debate adequado. Por outro lado, o deputado estadual Eduardo Suplicy, do PT, criticou a violência contra manifestantes, enfatizando o direito da população em expressar sua opinião.

Tarcísio de Freitas, por sua vez, comemorou a aprovação como um “dia histórico para São Paulo”. Em suas redes sociais, ele elogiou a coragem daqueles que apoiaram a privatização, destacando a importância do projeto para a universalização do saneamento.

A aprovação da privatização da Sabesp marca um capítulo significativo na gestão de Tarcísio de Freitas como governador de São Paulo. A estratégia política bem-sucedida, as reações divergentes e os próximos passos indicam que a trajetória desse processo continuará a ser acompanhada de perto pela população e por especialistas.

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